Apaixonei-me por Alida Valli quando me curei da minha paixão por Esther
Williams. Por muito estranho que pareça, assim foi. E foi a segunda vez (a
terceira, se incluir inconsciências de que só muito mais tarde tive
consciência) que mulher foi melhor e que nela todo inteiro me despenhei. O meu
desejo era tão ardente quanto mais de assumia por impossível. Saciá-lo era
pecado contra o meu espírito e a natureza dela. Nessa altura, não sonhava
transgredir tanto. Era novo de mais na terra e na carne. Se um duende, maligno
ou benigno, me viesse profetizar que um dia lhe seguraria no pulso e lhe
fecharia os olhos, respondia-lhe que não abusasse da minha tendência para
excessos imaginativos. E se o dito espírito acrescentasse que isso só não aconteceria
por recusa ou impotência minha, mais nomes violentos lhe teria chamado.
Sem comentários:
Enviar um comentário