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frederico lourenço

A pessoa que amamos é a metade que nos falta para nos sentirmos completos? Esta pergunta obteve uma resposta positiva num trecho que faz parte do Banquete de Platão, no qual a raça humana é entendida como descendente de seres que tinham quatro olhos, quatro braços, quatro pernas: tudo a dobrar. Zeus cortou esses seres ao meio, fazendo assim com que cada metadeande desesperadamente à procura da metade que lhe falta. O desejo de completude é a explicação do amor.
Quando nos apaixonamos por alguém, faz parte da sintomatologia própria da paixão percepcionarmos a pessoa amada como a peça que faltava para nos sentirmos inteiros. A descarga louca de dopamina no nosso cérebro que ocorre quando o ente amado sente em relação a nós o mesmo que sentimos em relação a ele dá-nos, de facto, a ilusão de que a proximidade dele e a união sexual com ele nos faz inteiros. Era a metade que nos faltava, era a pessoa de que andávamos à procura, toda a vida esperámos por ela e agora ei-la!

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