botões de seguimento

rui nunes

Não és já o corpo, e quando te penso não cresces, e sempre disse que seria incapaz de desejar quem não imagino. Muitas vezes te falo de estarmos próximos, outras, do hábito, e até deste modo de te não amar a que me habituei.

Para quê fingir? odeio a casa, os chinelos, o conforto de te ver engordar de ano para ano, a cárie, o cheiro que te vem na boca, a máscara de base ou de argila ou de creme johnson que todas as noites pões para todas as manhãs ressuscitares. É em nome de uma lucidez que me permita apodrecer sem subterfúgios que te mando à merda, embora continue a dizer aos rapazes qual o contradomínio da função exponencial, a devorar durante as vinte e duas horas semanais o tempo e a área onde poderia sobreviver.

2 comentários:

  1. Nunca li nada dele, mas gostei deste texto. :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Vale a pena! Eu conheci-o há pouco.
      aqui vai um link http://www.ionline.pt/artigos/liv/rui-nunes-nao-bastacompreender-terror-preciso-participar-del/pag/-1 bj

      Eliminar